quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Rir enquanto se Chora

Touch * Tirada por Biru 31.03.2007, editada por Touch 17.10.2011

Não adianta tentares sufocar a pressão do géiser. Ela é mais forte do que tu, podes ter a certeza. Portanto desiste. Tentar tapar o buraco de um vulcão implica muito esforço, demasiada força... que tu não tens. Não sejas teimoso, não adianta. Só sofrerás ainda mais. Irás cansar-te desnecessariamente, pois o fim irá ser igual. Acabarás por chorar. Essa será a maneira da dor se libertar. Não engulas, prender o vómito custa muito mais do que vomitar imediatamente. Deixa fluir. Não te esforces. Da mesma forma que te deixaste ir, livremente, nesse gesto de amor que agora já não tens... deixa-te ir. Chora. Chora sem vergonha. Chora por nada, não penses, chora. É a única forma de toda a frustração se ausentar do teu coração por pequenos momentos. E ri. Ri na abundância da tua exaustão. Ri da vergonha que em condições normais sentirias por estares a chorar aqui e ali ou acolá à frente deste e daquele que passam e olham para ti. Para ti que não tens vontade alguma de seres visto nesse estado. Ri da tua ‘’ridicularidade’’ que no fundo não é ‘’ridicularidade’’ porque chorar é algo tão natural como o verbo amar. Então ri porque ficar sério faz rugas. Ri da inutilidade do pensamento das rugas. Ri para que a frustração vá mais rápido. Que as dores de cabeça venham mais depressa. Que as lágrima cessem. Que o ranho incolor seja absorvido de uma vez por um lenço ou lençol talvez. Respira fundo, ou expira simplesmente.
E dorme.


 
14.01.2008
* Touch *

domingo, 13 de novembro de 2011

Um conto, para acrescentares o teu ponto.

Tirada por mim, em Fraga da Pena, Portugal, Agosto 2011

Descansa o jovem, de 16 anos, sobre uma das rochas daquele pedaço de montanha, onde o astro rei lhe aquece a face e corpo, que suavemente se mexe com inspirações e expirações tranquilas de quem livre se sente. A leve brisa, quente, percorre o seu corpo, fazendo mover todos aqueles pêlos das pernas, finos, que todos os rapazes da sua idade têm, seus cabelos quase que pretos, ligeiramente compridos e encaracolados, e escurecendo a sua pele genuinamente morena. Os seus olhos rasgados fecham-se, enquanto o cheiro do campo, uma espécie de menta, lhe refresca e levita a alma ao encontro de quem lhe ocupa a mente. Lá em baixo, a elevada corrida da água completa a voz da natureza, juntamente com passadas e falas de animais, que sobem e descem e pousam e se resguardam nas fieis árvores guardiãs daquela terra.

Nada do que está em contacto com o seu corpo se compara ao que sentira no outro dia, que ainda está tão presente. O toque de uma mão humana, indo e vindo, não é a mesma coisa que a brisa do campo. A respiração abafada que o aquece e arrepia, não é o mesmo calor deste sol. A essência do corpo de alguém, não é igual à menta fresca que sente. Nem o que está a captar por via auditiva se compara ao que as cordas vocais são capazes de citar.

A porta de um quarto, pouco iluminado, range, ouve-se o trinco e passos de dança de saliva de dois seres, que acabam estendidos entre almofadas, aleatoriamente distribuídas na cama da terna rapariga. As pernas de ambos entrelaçam-se, as duas bocas continuam fortemente unidas e o desejo mútuo aumenta a cada instante. O cotovelo esquerdo dele serve-lhe de apoio para não cair totalmente sobre ela, enquanto sua mão direita toca na anca e ousadamente na cintura dela por baixo do seu top. De barriga para cima, a jovem prende o seu amante a si com a perna esquerda, mão direita no pescoço dele e esquerda acariciando o braço direito do rapaz como forma de lhe dar liberdade para que possa tocar-lhe eternamente. Os troncos elevam-se e baixam-se sistematicamente, e as palavras são totalmente dispensadas quando o nosso corpo acaba por tomar conta da comunicação. O querer mais e com mais intensidade são óbvios e não são precisas explicações, muito menos pedidos ou permissões.

A troca de lugares é instantânea, a queda de almofadas no chão inevitável. Já devidamente posicionados na cama, ela manda o seu ar "safadamente" sensual através do seu olhar com cor de avelã, que o deixa enigmaticamente curioso. Coxas sobre coxas, as finas e femininas mãos, abertas, rompem ao mesmo tempo o espaço entre a barriga e T-shirt dele. Sobe-lhe o tecido e sua boca beija-lhe abaixo do umbigo. Passa-lhe com a língua na barriga e lábios quentes sem saliva, arrepiando-o como nunca. Após abrir e fechar os olhos várias vezes, a tentação de a agarrar chega ao seu limite. Fá-lo, puxando-a para cima e roubando-lhe intensos doces beijos molhados, amassando as suas coxas e nádegas para saciar sua excitação que só agora começou. Sorrindo por vê-lo seriamente entusiasmado, ela não o deixa controlar a situação por muito mais tempo. Afasta-se e senta-se novamente em cima das pernas dele. Puxa-o com as mãos para que fique sentado e, com as mãos no pescoço dele, movimenta-se vagarosamente para a frente, aproximando seus seios do rosto dele, com o objectivo de se roçar no seu pénis para que endureça. Aos poucos ele enlouquece e outro ataque de fúria e força surge. Agarra-a fortemente nas costas e rabo, e sua boca beija agora com alguma brutalidade o peito descoberto e cheiroso, descendo para os seios que tanto o tentam. Os olhos dela pesam, acabando por se fecharem. Seus lábios sorriem e suas mãos entrelaçam-se nos cabelos do rapaz. A loucura fá-lo deita-la na cama, à sua frente. E agora é ele quem invade a barriga dela. Com beijos e toques mais bruscos e rápidos, acaba por suscitar excitação por parte dela. As suas mãos começam a puxar a camisola dele, retirando-a por completo. As mãos, dedos e unhas apoderam-se da estrutura larga e máscula já descoberta. O top sobe cada vez mais, até que ela própria acaba por tira-lo. O soutien, já remexido e agora desviado, desvenda dois redondos seios rijos que são invadidos pelas mãos e boca dele. As suas mãos passeiam pelo tronco dela, sua boca sobe e molha a dela, já seca, enquanto que uma das suas mãos desce mais um pouco e lhe toca com alguma intensidade por baixo da braguilha. Solta-se um gemido abafado da boca dela. Ele beija-lhe o pescoço, ela contorce-se. Faz pressão sobre o braço e mão dele, para que lhe toque com mais intensidade, abre e fecha as pernas. Ele volta a beijar-lhe a boca, agora de uma forma intensa mas muito mais calma, sobe a mão direita, agarra-lha na cintura puxando-a contra ele. O ambiente sossega e fica um pouco mais terno. A mão volta a descer, agora segurando-lhe no rabo com mais carinho do que propriamente tesão.

(...)


Há algum tempo atrás... Sem data.

* Touch *